Desde que reparei que a palavra decisão inclui a palavra cisão, há qualquer coisa de instável que me tem animado os pensamentos…
Isto já tem algum tempo mas lembro-me bem que me nesse momento me chegou uma imagem de decisão no sentido de atravessamento do espaço. Um espaço que ao meu olhar emerge de duas margens, de duas linhas de precipício. Tomar a decisão de atravessar o precipício não é desenvolver técnicas ou apostar na criatividade que me pudesse fazer chegar “ao outro lado”, era atravessar o espaço do meio, criando o meio de fazer isso na vontade fizicalizada de atravessar.
Há alguns meses começámos a considerar a visibilidade do Pedras nestes três dias de festival (o primeiro acaba de terminar) na mesma vontade que nos motivou todos estes meses de acções diárias: Atravessar como decisão a duração do enquanto, a decisão que não acaba, que revela a sustentação do lugar do meio uma sustentabilidade invisível que aparentemente não sustenta o peso do corpo que o atravessa, mas o que fomo descobrindo é que na própria consideração de atravessar o corpo é atravessado por outras considerações que interagem com as evidências das restrições do entorno.
Atravessar a visibilidade da invisibilidade, atravessar o encontro, atravessar o que foi planeado mas só acontece na impregnação do enquanto está a acontecer! Atravessar e continuar atravessando. Atravessar dentro de atravessar.
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